Detentos reconstroem a casa de Pelé
Dionatã Gouvêa cumpre pena por roubo há seis anos na Penitenciária de Três Corações, na região sul de Minas Gerais. Atualmente, ele é um dos dez presos que trabalham na construção de uma réplica da casa onde nasceu aquele que é considerado o maior jogador de futebol do mundo, o Pelé. O projeto é uma parceria entre a Prefeitura Municipal e a Penitenciária de Três Corações.
Pelo trabalho, os detentos recebem ¾ do salário mínimo, o que corresponde a 466,50 reais por mês. A cada três dias trabalhados, eles também diminuem a pena em um dia. “O trabalho é importante para a reinserção social dos indivíduos privados de liberdade e contribui no processo de ressocialização e crescimento profissional”, afirmou o diretor geral do presídio, Leonardo Brocaneli Fagundes. Dionatã concorda com o diretor e completa: “É uma forma digna de mostrar para a sociedade que nós erramos, mas somos capazes de nos recuperar. Nunca vou me esquecer, fiz parte dessa história”.
Segundo o secretário adjunto de Cultura e Turismo de Três Corações, Fernando Ortiz, a participação dos detentos foi fundamental para o andamento da construção. “Com eles, as obras poderão ser concluídas mais rápido”, disse. A inauguração acontecerá ainda este mês, no dia do 128º aniversário da cidade, 23 de setembro. Na ocasião, o município receberá a visita do próprio Pelé que, juntamente com a família, cortará a fita que vai abrir a casa aos turistas. Depois de 1987, é a primeira vez que o craque volta à cidade natal.
A casa
A réplica do local onde o ídolo nasceu e viveu até os quatro anos de idade promete ser uma cópia fiel da original, incluindo o desgaste natural do tempo. Para transportar a residência para 1944, ano em que o menino Dico se mudou de Três Corações para se tornar o rei Pelé, uma equipe foi contratada para cuidar do envelhecimento do imóvel. O cenógrafo Keller Veiga está acostumado a trabalhar nos cenários das novelas da Rede Globo e lidera as atividades. “É um trabalho que envolve responsabilidade e muitos cuidados. Fazer o envelhecimento da casa para atrair a curiosidade das pessoas é um trabalho muito bacana”, informa o profissional.
A verdadeira casa foi construída em 1910 e demolida na década de 1970. Através do resgate da memória da mãe e do tio de Pelé, o desenho do imóvel, incluindo mobília, foi colocado no papel e aprovado pelos dois. Depois, as obras foram iniciadas. Segundo a Secretaria de Turismo de Três Corações, o projeto, feito em parceria entre o Governo Federal e a Prefeitura Municipal, custou cerca de R$ 200 mil.
Crédito fotos: Divulgação Seds
Detentas de Caxambu produzem peças artesanais para exportação

Detentas do Presídio de Caxambu, no Sul de Minas, finalizam esta semana um treinamento para a confecção de peças decorativas e utilitárias feitas artesanalmente com fibras sintéticas e voltadas para a exportação. O curso ensina as técnicas de produção de objetos como vasos, floreiras, caixas e cachepots e é ministrado por uma empresa, parceira da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), que instalou uma unidade de trabalho dentro do presídio.
A empresa tem clientes de quase todo o território nacional e exporta para a Argentina, Paraguai, Uruguai e Angola.
“Faltam profissionais qualificados para este tipo de produção, portanto, o mercado precisa e tem plena capacidade de absorver a mão de obra das presas que aprendem aqui a manusear e produzir peças com as fibras sintéticas”, ressalta o diretor comercial da empresa, Jones Aoki Lima. O pagamento das novas artesãs será feito por peça e a projeção é de que diariamente sejam confeccionadas 400, de diferentes tamanhos e modelos. “Precisamos completar uma grande remessa que será exportada em breve para Angola. O país utiliza fibras naturais, mas a sintética é uma novidade por lá e a empresa importadora tem renovado os pedidos”, revela Jones Lima.
Thiago Martins dos Santos, gerente de produção do Presídio de Caxambu, prevê que até o final do ano, o total de sete detentas envolvidas neste projeto possa ser ampliado para 20. “Esta é uma das atividades da unidade que tem um papel fundamental na ressocialização. Propicia um retorno financeiro e ainda forma profissionais com possibilidades de contratação a partir da progressão de regime ou cumprimento da pena.”
Expectativas
Novos conhecimentos e capacitação para uma atividade digna são, para as sete detentas que recebem o treinamento no Presídio de Caxambu, os maiores legados do desenvolvimento da atividade. Débora dos Santos Piauí, 37 anos, diz que é preciso manter a mente sempre ocupada e ressalta a necessidade de concentração para fazer peças perfeitas. “O trabalho vai trazer uma renda extra para a minha família e ainda diminuir minha pena”, lembra Débora.
Fonte: seds.mg.gov.br
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