sábado, 22 de fevereiro de 2014

Violência também indigna Polícia Militar

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A onda de criminalidade que gera sensação de insegurança na sociedade atinge diretamente quem tem, por ofício, que cuidar da segurança no dia a dia. Os policiais têm se mostrado cansados de “enxugar gelo” e impotentes no combate ao crime. Em uma rede social, um oficial da Polícia Militar em BH publicou um desabafo em resposta às cobranças constantes feitas à corporação.

Citando questões como o repasse de verba para a segurança pública e a eficácia das leis, o tenente Ronan Sassada Silva, comandante da 14ª Cia do 49º Batalhão, na região Norte da capital, faz um alerta para a sociedade.

“É natural que a população cobre da polícia, porque ela está mais próxima, mais acessível de todos. Mas a polícia tem as suas limitações até mesmo para dar a segurança que a população merece. A população não tem muita percepção e amadurecimento sobre esse assunto. O certo seria cobrar ações de pessoas que têm poder para mudar as leis”, afirma o policial.
Na visão de um dos mais importantes criminalistas de Minas, porém, a solução passa por outro caminho. “Qualquer um que disser que mudar a lei e agravar a penalidade vai resolver o problema está enrolando. Eu chamo isso de demagogia legislativa. Se isso resolvesse não teríamos registrado aumento nos crimes hediondos, como homicídio e tráfico de drogas, desde 1990, quando uma lei específica aumentou a punição para estes delitos”, disse o advogado Marcelo Leonardo.

Ele fez parte da comissão de juristas que criou um texto, encaminhado ao Senado, com propostas para a reforma do Código Penal. O endurecimento das leis não é citado. “Temos que considerar o sistema e analisar os vários filtros de impunidade. O problema passa pelo cidadão que não registra o boletim de ocorrência, pela falta de policiais nas ruas, o inquérito que não anda, pelos mandados de prisão que não são cumpridos e pela lentidão nos processos. As leis são boas, falta executá-las”, afirmou.

A opinião é partilhada pelo presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), Herbert Carneiro. “Não é a lei, por si só, que vai resolver o problema. Falta entrosamento entre as autoridades que integram o sistema de segurança e de Justiça. A legislação, além de punir, preconiza ações de prevenção, que não são executadas. Com este cenário, não justifica discutir novas leis”, observou o magistrado.

Enquanto se discute uma saída, a sociedade não sabe mais a quem recorrer. Mesmo a prisão, com condenação, não é garantia de que a situação vá melhorar. Desde que perdeu o filho, em 2007, a arquiteta Maria da Consolação Lara Rocha revive a dor em cada crime noticiado.

Assassinado durante um assalto na região Norte de BH, Vinícius Rocha, de 27 anos, foi vítima de um bandido que estava em liberdade condicional. “Toda vez que vejo alguma notícia sobre violência no jornal ou na televisão, relembro tudo aquilo que vivia há sete anos. Vivo a cada momento com a violência que parece que está pregada na gente. Acho que as autoridades não estão agindo com firmeza contra a violência”, disse.

Fonte: Hoje em Dia


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